Paulinho e Laura voltavam da escola quando uma chuva torrencial, provenientes das bruscas mudanças climáticas que tem acontecido nos últimos anos,começou a cair, vinda de um céu escuro e de densas nuvens, as crianças correram e se abrigaram debaixo da marquise de uma mercearia. Passados 10 minutos a chuva já fizera muitos estragos, era possível ver as casas do outro lado da rua alagadas, carros sendo levados pela enxurrada, muros e árvores ao chão. De repente bem diante dos olhos deles um ônibus escolar era arrastado pela força das águas: - Olhe Paulinho é o ônibus da nossa escola, veja nossos amigos estão lá dentro! As crianças se desesperaram ao ver o grave risco que seus amigos estavam passando, mas para alívio de todos o ônibus ficou preso em uns grandes galhos de árvores permitindo assim que todos fossem socorridos pelas as pessoas que próximas acompanhavam tudo. A chuva passou e os dois amiguinhos puderam enfim voltar para casa. Durante toda a noite aquelas imagens terríveis e assustadoras não saíram de suas cabeças e a pergunta que surgia como eco em seus ouvidos era: O que podemos fazer para que isto não aconteça outra vez? Nossos amigos podiam ter morrido e aquelas pessoas que estavam dentro de suas casas alagadas e dentro dos seus carros também. O que fazer? No dia seguinte o assunto que não cessava na boca de todos os alunos e professores era do grande susto que todos passaram e a tristeza que tiveram quando encontraram a biblioteca e o laboratório da escola destruídos pela chuva – Precisamos de ações que impeçam que as chuvas destruam as vidas das pessoas, as nossas casas e a nossa escola, disse Paulinho no meio da sala de aula quando a professora de Geografia explicava as razões que contribuíram para toda aquela destruição. Em seguida Manoela levanta sua triste voz para relatar a morte de uma pessoa conhecida do bairro que fora soterrada quando a casa em que morava desabou. Depois de um longo silêncio todos se manifestaram a favor da ideia do Paulinho. A partir desse dia, juntamente com os professores, os alunos começaram a criar ações e estratégias para orientar as pessoas do bairro sobre a importância da coleta seletiva do lixo para reciclagem, explicar sobre a importância de não jogar lixos em terrenos baldios, e o sobre o perigo de contaminações por doenças que surgem com as enchentes e enxurradas, os alunos do Bom Combate, como eram conhecidos no bairro, iam de casa em casa orientando as pessoas, distribuindo folhetos com orientações sobre todos os temas que envolve um meio-ambiente seguro, saudável e sustentável. Essas ações tiveram muito sucesso no bairro da Escola de Ensino Fundamental Carlos Paz, onde essas crianças residiam e estudavam, pois todos colaboravam, a própria prefeitura da cidade apoiou as ações dos alunos do Bom Combate quando percebeu a importância de suas ações para o bairro.Mesmo sem intencionar, a nossa estória tem uma moral, um ensinamento: Às vezes a iniciativa da mudança, da melhoria começa por nós e não por aqueles que tanto esperamos, as vezes a liderança e os governantes precisam ver nossos exemplos para agirem em favor de todos nós.
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